sexta-feira, 15 de maio de 2009

Os carros a gasoleo

Os carros a gasóleo


Ora bem, hoje apeteceu-me dissertar sobre uma coisa que me diverte o pensamento de quando em quando. Porque será que os portugueses são viciados em diesel? E também, caso as linhas o permitam (estabeleço sempre como limite uma folha de Word para estas coisas), porque se preocupam tanto com o consumo?
Invertendo as palavras do saudoso João Pinto (“prognósticos só no fim”) eu concluo no inicio: tal como na generalidade das suas vidas, os tugas não sabem fazer contas quando compram um carro! Por outro lado, sendo uma viatura movida a gasóleo mais cara que uma semelhante movida a gasolina, dá sempre um bocadinho mais de status ao seu proprietário.
Esquecendo a parte do status, que daria certamente para escrever um ensaio, passo a explicar o raciocínio contabilístico:
1) Partimos assim do pressupostos mais ou menos pacíficos que uma viatura a gasóleo custa sensivelmente mais 5.000,00 € que a sua congénere a gasolina.
2) Por outro lado, um carro movido a 95 consome aproximadamente mais 2 litros/100 km que um gasóleo.
3) Facilmente se verifica que, no combustível, esta diferença, para quem faça 15.000 kms por ano no seu carrito só é amortizada ao fim de mais de 7 anos (para 20.000 kms / ano mais de 5 anos e 25.000 kms / ano mais de 4 anos), e isto ao preço dos combustíveis HOJE. Esta tendência começou numa altura em que a diferença era bem menor que os 0,26 € actuais (52$00 para quem não se lembra).
4) Se nos lembramos também que a maioria da malta não compra o carro a pronto pagamento, recorrendo a vários modelos de crédito (leasing, ald, crédito automóvel, crédito pessoal a e afins) veremos que só em juros esses 5.000,00 € em 6 anos vão ter um incremento de mais de 2.500,00 € (com taxa baixinha) o que fará com que os 7 anos passem para 10, os 5 para 8 e os 4 para quase 7.

Em jeito de conclusão, e porque muita gente nem chegou aqui com tanto numero pelo meio, um individuo que compre um carro a gasóleo a crédito e faça 25.000 kms por ano com ele, só vai ter o retorno do seu investimento ao fim de 7 anos e 175.000 kms. Ou seja, se não for para trabalhar e lhe dar o uso devido, vai-se fartar de perder dinheiro.

Quanto aos consumos, não entendo como há malta que compra um carro de 50.000,00 € e tem como factor decisivo o consumo da viatura.

Mas…não se pode entender tudo!!!!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

As Revistas Masculinas

Lembrei-me hoje das palavras de uma amiga que dizia que quando estava com certa pessoa não precisava de ler a Maxmen. Quando lhe perguntei porque dizia isso a resposta foi simples, o indivíduo lia os conselhos de desempenho sexual e cumpria-os à risca.
Bem, é escusado dizer que sendo eu como sou, fartei-me de rir, coisa que não lhe agradou nada porque tinha aquilo como um assunto sério. Curioso, e mesmo não sendo nada de ler essas coisas (que para mim são a como a Maria só que em homem) lá fui ter com um amigo que faz colecção disso e pus-me a ler meia dúzia.
Aquilo é um espectáculo!!!! Não é que os gajos nos ensinam mesmo a levar uma mulher aos mais extremos orgasmos!!! É interesse verificar como se convencem homens (provavelmente imensamente inseguros do seu desempenho, ou então como uma propensão enorme para “segurar” determinadas senhoras) de aquela bosta é nada mais nada menos do que uma bíblia sexual, provavelmente substituto ocidental de um kamasutra ultrapassado, a qual devem ler e cumprir religiosamente para que “a coisa” funcione (entenda-se por coisa relação e não o membro masculino).
Bull shit!!! Nenhuma mulher tem pressupostos, são todas diferentes. Se soubessem isso não precisavam de gastar massa escusadamente nessa treta.
Para que a coisa funcione não é obrigatória meia hora de preliminares com beijocas e carícias em tudo quanto é pele e orifício da senhora à procura do famigerado ponto g. Que seca!!! Um olhar por vezes é mais que suficiente para disparar todas as hormonas dos dois, para que os corpos suem sem mesmo se terem tocado, para que nos queiramos um dentro do outro mesmo sem proferir uma palavra. Outras vezes os preliminares (ou em português troglodita “aquecimento”) são mais que satisfatórios. Meus amigos, depende de tudo! Chamo a isso o “deixar-nos ir”. Deixamo-nos ir e vamos por caminhos que trilhamos quotidianamente ou então desbravamos novas fronteiras mas só bom quando nos deixamos ir. Fazer um plano de acção não pode, nem deve estar nos horizontes…. Tira a pica toda!!!!! É a mesma coisa que marcar uma queca. – Querida, no dia tal à hora tal encontramos no motel tal e temos duas horas para ser a melhor coisa do mundo, combinado? – Depois ficamos dois dias a estudar o plano de acção: primeiro beijá-la 10 minutos enquanto a despimos, depois oral, depois penetração….. se fosse mal educado até dizia “Foda-se” mas de onde é que são estes gajos??? Depois admiram-se que elas não lhes telefonem ou que inventem desculpas atrás de desculpas para não os verem mais…admiram-se….eles…

Sempre ouvi dizer que na guerra e no amor vale tudo, não há leis. Caros amigos, na cama (ou na cozinha, na sala, elevador, canto mais próximo etc…) também não as há, deixem-se ir e poupem as bateladas de massa das revistas. Se acham que não sabem, que perderam o rumo, ela ajuda de certeza que se encontrem, ou ajudam-se ao outro. E, tendo em conta a simplicidade, acho que até já falei muito.

Adicionalmente, achei piada que a mesma publicação que num numero falava da importância dos preliminares, noutro, poucos meses depois, tinha um artigo cujo titulo era qualquer coisa como “Mulheres modernas dispensam preliminares”, em que, no desenvolvimento, afirmava (sinteticamente) que os preliminares estão agora de tal maneira instituídos que as mulheres valorizam mais homens que vão directos à acção.
Ora digam lá que isto não é para vender!!!!!!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Estou farto de os ouvir. Hoje de manhã quando vinha trabalhar, ao passar na Cidade Universitária um futuro JLAPPE (Jovem Licenciado À Procura do Primeiro Emprego) circulava à minha frente no seu Audi A4 a não mais que uns fantásticos 20 Km/h. Como em sentido contrário circulava trânsito a ultrapassagem era de todo impossível e fui ficando atrás do menino centena de metro atrás de centena de metro até que a minha (im)paciência de gajo atrasado me levou a buzinar. Ora, a resposta que tive (de que é que eu estava à espera???) foi uma mão levantada, ligeiramente inclinada para a frente, isto é: passa por cima! Noutros tempos batia-lhe ligeiramente na traseira para não estragar o carro mas fazendo com que ele saísse do carro para lhe mandar com o bastão de basebol nos cornos. O bastão de basebol ainda anda lá, eu é que já não sou o mesmo por isso deixou o moçoilo fazer lá os gestos que quis e, quando pude, ultrapassei-o e fui à minha vinda.
No entanto, aqueles pensamentos que me assaltam quando vejo nos noticiários esta nova classe social a reclamar voltaram pela manhã, fresquinhos como tudo. Coisa insólita para quem, normalmente, vai a dormir para o trabalho.
Mas afinal que querem os JLAPPE? Torna-se cansativo escutar esta classe (e outras) a reclamar sistematicamente por tudo e mais alguma coisa. Ora são as propinas que são altas, ora são os subsídios que são demorados, ora é a falta de emprego que os assalta, ora (e esta passei-me quando ouvi) são os almoços de 2,25€ que são caros (mas incluem pão, sopa, prato principal, bebida e sobremesa), ora etc e tal.
Que apetece responder? Apetece responder com perguntas.
Porque é que vão estudar quando sabem à partida que vão ser JLAPPE?
Porque é que andam 3 (ou nx3) anos a queimar o dinheirinho dos papás para depois irem trabalhar para lojas, supermercados, prostituir-se em sites de Internet e afins.
Porque é que vestem o traje com um pedantismo elitista, deixando-se fotografar em cortejos estúpidos a cair de bêbedos por papás babados do filhinho titulado?
Porque é que toda e qualquer besta que termina o 12º ano julga que um futuro promissor e livre de problemas (ou seja, boa vida!) passa por cursar e concluir o ensino superior?
Como diria o saudoso Diácono Remédios: “Ó meus amigos” nos temos Ucranianos, Moldávos, Romenos, Brasileiros, Cabo Verdianos, Espanhóis etc e tal a trabalhar em Portugal e uma taxa de desemprego a caminhar para os 10%. E desengane-se quem pensa que estes emigrantes só trabalham na C. Civil e Hotelaria. Não tendo nada contra os emigrantes que são muito bem vindos pois colmatam a falta de mão de obra portuguesa satisfeita com o subsidio de desemprego ou rendimento mínimo de inserção, não acham que teria um futuro muito mais promissor quem que, quando acabasse a escolaridade obrigatória optasse pela profissão de electricista, serralheiro, cortador de carnes e outras em vez de seguir a de psicólogo desempregado, sociólogo empregado de balcão ou jurista caixeiro de supermercado?
Não querendo escamotear o papel do Estado em todo este processo que continuamente nos brinda com uma panóplia que cursos cuja única finalidade é a estatística e que em pouco, ou nada, resolve os problemas de mão de obra especializada do país acho que os queridos papás sonhadores de um diploma na parede e uma fotografia do bebé trajado na moldura deveriam questionar-se até que ponto é vantajoso estourar as suas poupanças (por vezes de uma vida) para que o filhote anda anos a fio a estudar para JLAPPE, muitas vezes longe de casa (até dá jeito prós pais não saberem das asneiras) e a torrar massa em noites de borgas enquanto se queixam que um almoço de 2,25€ é caro. É de quem não sabe o que é a vida!!!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A passadeira rolante

Tal como a maioria das pessoas (até porque hoje em dia o turismo é moda nem que seja para trocar "bitaites" no emprego na hora do café) gosto de conhecer novos sítios, novas pessoas, circular por locais desconhecidos, familiarizar-me com hábitos distintos dos meus, enfim, gosto de viajar.
Há uns 7 ou 8 anos, numa estação de uma das maiores redes de metro do mundo reparei numas palavras escritas no chão junto à entrada de uma passadeira rolante. Aproximei-me para ler, dizia “Circule pela direita na passadeira, deixe passar quem tem mais pressa do que você”. Fiquei estupefacto, porque será que ninguém se teria lembrado de colocar umas coisas dessas nos nossos shoppings? Nos nossos metros? Será que isso iria acabar com os meus “com licença por favor” quando tenho pressa nesses sítios e apanho um casal de mãos dadas à minha frente ou dois amigos em chat pela escada fora?
Seguidamente, resolvi não ficar com as conclusões por aí e observei como os utilizadores do metro se movimentavam nas passadeiras e nas escadas rolantes. Nos dias em que visitei a cidade observei nos museus, centros comerciais, galerias, etc e, pasme-se, cheguei à conclusão que as palavrinhas no chão não eram necessárias. As pessoas “mexiam-se” naquelas coisas, não entravam para as escadas e encostavam-se ao corrimão a conversar ou mandar sms, nada disso, andavam como se subissem escadas normais, com um destino focado nos rostos, no caminhar, com a certeza de que o tempo parado na escada é tempo perdido, é “pasmaceira”.
Depois voltei e voltei ao mesmo. Cada vez que estava com o carrinho de compras parado no tapete com alguém à minha frente lembrava-me disso. Um dia chamei alguém à atenção e respondeu-me porque lhe pedia para passar se o carrinho de compras não anda no tapete. Não anda??? Ou pensam que não anda?? Experimente empurrar o carrinho pelo tapete e verá como ele anda, respondi eu. É obvio que anda, o sistema de travão é apenas para ele não deslizar contra a vontade de quem o empurra mas, se o empurrar ele anda.
Nas viagens que fiz que posteriormente tenho curiosidade em observar os comportamentos da “malta” nas passadeiras e acabei por chegar a uma conclusão. Tal como a forma como se circula nas estradas, a forma como se circula nas escadas e passadeiras rolantes acaba por reflectir uma parte da personalidade do povo que as utiliza. O que, no nosso caso, indica que somos um povo indolente, preguiçoso, que não procura um objectivo sendo que, no entanto, esperamos que nos levem a ele. Também indica que não aproveitamos as ajudas para atingir metas mas sim para relaxarmos até chegar a elas o que implica que demoremos muito mais que os outros alcança-las.

Devo acrescentar que as letrinhas para circular pela direita já aparecem em alguns metros e outros locais em Portugal de há uns tempos para cá. No entanto, experimentem ver quem segue as instruções.